quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cinema

Escuto ao fundo um sopro do destino,
Uma voz doce que encanta,
Um sorriso genuíno
Numa noite entre tantas.

Não tenciono prender-me
Nem sequer reter-me no tempo,
Mas ao passar por aquela rua
Fico preso no momento.

Um momento em que passava
Sem nada a atenção me despertar,
Dei por mim a ver uma fada
Como se fosse minha consciência a falar.

Guardei para mim esse segredo
Acabando por o revelar
Outra noite, mesmo enredo,
Uma história ainda por contar.

Acaba o primeiro filme
O público sai da sala desiludido
Sentindo, no entanto,
Não se tratar de tempo perdido.

E ninguém os pode censurar, realmente.
Com o cinema às escuras
A fita começa a rodar novamente
Deixando antever o final
Pelo qual aguardava esse público descrente.


20/04/2010

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